Depois de me casar o que mais ouço são perguntas de "quando virá o bebê?" Quem não? Eu ainda não sou mãe, nem estou grávida... mas nesses últimos tempos estou pensando bastante nisso. Eu sempre tive medo de ser mãe, e não, não era medo de engravidar antes de me casar, nem de ser mãe solteira... era medo de ser mãe mesmo! Medo dessa responsabilidade, dessa relação infinita. Tanto que mesmo casada continuo com esse medo. A uns dois meses atrás, depois de todo mundo resolver me mandar fotos de bebês japinhas lindos pelo face, nós achamos que eu estava grávida, eu fiquei desesperada, doida, assustada, chorona! Fiquei desesperada e ao mesmo tempo me culpando pelo desespero, pois se já estivesse grávida não queria que meu filho se sentisse rejeitado! Daí fiz o exame de sangue e deu negativo... e aí eu fiquei triste. Como assim? Quem vai entender a cabeça de uma mulher? A criatura tem medo de estar grávida mas age como se estivesse, quer que o exame dê negativo e quando é esse o resultado fica triste... bipolaridade aqui é mato! Hahahaha!
O fato é que mesmo antes desse "susto" eu já estava pensando sobre filhos com menos pânico... quando pensava em ter um bebê eu não pensava mais apenas em trabalho, gastos, choros e quilos a mais! Eu passei a pensar num sorriso banguelo e babão, na dimensão de um amor que ainda não conheço, num serzinho fruto do meu amor com o cara que eu tenho certeza que será - pois já é - o melhor pai do mundo.
Me pego imaginando se esse neném será japinha como o pai ou zoiudo como a mãe, se vai gostar de esportes ou de livros, ou dos dois! Se vai ser chorão ou quietinho, extrovertido ou simples, se vai preferir a mamadeira de leite ou de chá... enfim, fico imaginando como será esse novo ser humano que ainda não existe, mas que tenho certeza que terá o cabelo liso, rs! Não que eu prefira, mas é que a genética é implacável!
Eu já li em muitos lugares que junto com o filho nasce uma mãe... mas no meu caso eu sinto que a mãe está nascendo antes mesmo do filho ser gerado... eu sinto que a cada dia a minha vontade de ser mãe supera meu medo, que a cada dia eu aprendo um pouco sobre o que é esse mundo. Eu percebo que estou mudando e me "tornando mãe" quando eu passo horas lendo blogs de grávidas pelo celular antes de dormir, quando paro em lojas de bebês e fico namorando coisinhas, quando nosso Pipoca (apelido do nosso bebê que ainda não tem nome) já é um assunto corriqueiro entre eu e o marido, quando me preocupo em não ocupar o quartinho dele com tranqueiras que depois terei que tirar, quando me preparo psicologicamente para engordar uns quilos e me imagino depois correndo e empurrando o carrinho do bebê menos de um mês após o parto.
Tudo isso e mais algumas coisas me fazem perceber que eu estou me tornando alguém capaz de ser mãe. Eu sempre soube que serei mãe, que terei um filho! Aos 14 anos comprei um vestidinho, já comprei vários livrinhos - o bebê já tem uma mini biblioteca, rs! Mas isso era uma coisa distante, afinal eu pensava "EU vou ter um filho", "EU vou ser mãe". Será MEU filho". E agora isso mudou, ter um filho se tornou algo real e será NOSSO filho! Mais um pedacinho da nossa família! Na lua de mel eu e o marido compramos um chinelinho de couro pro Pipoca, que ele diz que só vai calçar nele pra me agradar, mas que vai ter um mini nike no carro pra colocar assim que eu sair de perto, hehehe.
Enfim, eu fico viajando nessas coisas, fico sonhando, nós dois ficamos, na verdade. Eu ainda tenho medo? Sim, muito! Principalmente quando vejo que um pedacinho de pano de 30 cm com uma gola e duas manguinhas custa muito dinheiro! E que um par de micro sapatinhos que sequer irão tocar o chão custa uns 80 conto o mais em conta! Como assim? Bebês não andam, até uns 4 meses mal sentam e um sapatinho custa 80 conto??? Oi? É isso mesmo? kkkkk! Aí eu começo um diálogo interminável comigo mesma...
"Preciso mesmo passar noutro concurso antes de engravidar... nada de filhos antes disso."
Logo em seguida...
"Ah, mas nosso filho não precisa de vários pares de sapatos, não até ele começar a querer andar... e tanta gente com menos estabilidade financeira que eu e o marido temos, tiveram, tem e cuidam dos seus filhos muito bem, obrigada!"
"Mas eu quero dar todo conforto e segurança pro nosso bebê, vou querer vesti-lo com todas as roupinhas fofas do mundo, vou querer um quarto lindo, um excelente plano de saúde."
"Tá... sei que os bebês vivem muito bem sem isso tudo (exceto o plano de saúde) e sei também que no fundo isso tudo é pra me dar alguma segurança, alguma garantia de que serei uma boa mãe, de que nosso filho terá a estabilidade que eu nunca tive, mas que essa segurança deve estar em mim, e na cadeirinha do carro".
E assim eu vou, dialogando sozinha e com o marido sobre tudo isso. Nós ainda não estamos tentando ter filhos, mas já paramos de evitar, e que ele venha no tempo de Deus, no tempo que tiver que ser! Pois outro medo que eu tenho é de que quando eu quiser muuuuuito ter um filho não vou conseguir engravidar e vou passar anos e anos tentando até recorrer a uma FIV. Tá, eu sou neurótica e doida, eu sei!
E como sei que sou mesmo louca e não lido bem com ansiedades achei que assim será a melhor forma. Não vamos evitar, mas tampouco iremos contar os dias férteis e transformá-los em potenciais fazedores de bebês. Vamos deixar ir, nosso corpo e a vontade de Deus... e quando nosso bebê vier sei que vai começar uma fase completamente nova em nossas vidas.
(Um parênteses: Minha prima Amanda - de 18 anos e que até hoje eu chamo de bebê - está grávida... meu bebê vai ter um bebê! Isso mexeu um bocado com esse turbilhão de sentimentos já aflorados em mim... me deu uma alegria enorme saber que a cegonha vai trazer o bebê dela! Sim, a CEGONHA, a CEGONHAAAAAAA vai trazer o bebê dela e tenho dito! É assim que os bebês das priminhas da gente vem ao mundo e não me venham dizer o contrário, grrrgrrrrrr!)
Sempre leio relatos de mães (adoro ler blogs de mães adolescentes, acho que me identifico com a intensidade dos sentimentos e medos, pois ainda que eu já tenha a estabilidade da renda e do casamento, por dentro me sinto uma adolescente com medo de engravidar do namorado e não ter o que fazer! kkkk!) e elas sempre dizem que só conheceram o amor incondicional quando foram mães, que é um sentimento tão grande e tão forte que não tem explicação... isso também assusta, muito! Mas acho que estou perdendo o medo do medo, entendem?
Meninas, sei que o post está imenso e se alguém chegou até aqui e quiser me contar como soube que queria ser ou que seria mãe, como é ser mãe ou como imagina que seja eu vou adorar ouvir!
Um beijo grande e fiquem com as fotos dos meus filhos da internet, a coletânea de bebês japinhas mais lindos do mundo que todo mundo me manda pra ver se a gente animava logo... e não é que funcionou, rs!?
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Esse é o Rogerinho ainda bebê! Quem resiste? |
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Quintuplos, kkkkk! Mega sena vem ni mim! |
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Acho que o nosso vai ser assim... com zoião puxado! kkk |
PS. Comecei a criar um blog chamado Barriguda! Nele quero relatar as coisas referentes a tudo isso que falei... mas claro que vou continuar falando por aqui também!
E lembrei agora de mais uma das minhas viagens sobre ser mãe: eu adoro crianças e elas sempre me adoram! Nas festas de família, enquanto as mulheres conversam eu brinco com as crianças. Os fins de semana aqui em casa são cheios de crianças (que a Alicia e o Guga não me leiam, pois eles juram que são adolescentes!) nuggets, bolos e brincadeiras. E por conta disso todo mundo diz que eu vou ser a mãe mais boazinha do mundo ou que meu filho vai ser um poço de mimo! Mas não! Gente, os filhos dos outros tem as mães deles para educar, impor limites, corrigir. Então eu posso ser só a tia/prima mais legal do mundo! Já com o nosso eu serei a mãe! E o papel de ser chata de vez em quando, de dizer "nãos" e corrigi-lo será meu (e do pai, claro!). Então já estou até vendo meu filho ouvindo "nossa, sua mãe é tãaaaaaao legal, queria que a minha fosse assim" e ele respondendo "Legal? Legal com você! Vai ser filho dela pra ver...." Hahahaha, diz aí se eu não sou doida? Além de falar comigo mesma ainda invento diálogos com uma pessoa que nem existe! E ainda boto vocês para ler isso tudo, hahahaha!
Beijos
Lud